A avaliação de alguns fatores é que vai determinar qual o mais adequado tratamento da cifose de scheuermann
A doença de Scheuermann, também conhecida como cifose juvenil ou cifose de Scheuermann, é uma doença rara, mais frequentemente diagnosticada durante a puberdade (a idade de aparecimento é entre 12 e 14 anos e acomete mais meninos que meninas). O problema causa uma deformidade na curvatura da coluna vertebral, produzindo um arqueamento das costas.
Geralmente, as vértebras afetadas são as da região torácica e, por isso, é normal que a pessoa afetada apresente uma postura ligeiramente curvada para a frente. No entanto, a doença pode aparecer em qualquer outra vértebra, provocando diferentes alterações na postura.
Sintomas
Os principais sintomas da cifose de Scheuermann incluem:
- Dor nas costas;
- Fadiga;
- Sensibilidade e rigidez na coluna;
- Aparência arredonda da coluna.
Geralmente, a dor surge na zona superior da coluna e piora durante atividades em que é necessário rodar ou dobrar as costas muito frequentemente. Além disso, nos casos mais graves, a deformidade da coluna pode comprimir nervos que acabam resultando em dificuldade para respirar.
Causas da cifose de Scheuermann
A causa da doença não é bem definida, mas acredita-se que ela tenha um componente hereditário, passando de pais para filhos. Ela também pode ser decorrente de alterações posturais, ou a musculatura pode entrar em fadiga por sobrecarga mecânica, o que favorece a progressão da curva. O aumento da cifose torácica leva ao aumento da lordose lombar para compensar o equilíbrio do tronco, e o paciente pode desenvolver lombalgia por sobrecarga das articulações.
Existem alguns fatores que parecem aumentar o risco de desenvolver a cifose de Scheuermann, como osteoporose, infecções e algumas doenças endócrinas.
Cifose de Scheuermann: Tratamento
Embora nem sempre seja possível atingir a cura, existem várias formas de tratamento da cifose juvenil que objetivam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento da cifose juvenil varia de acordo com o grau da deformidade e dos sintomas apresentados.
Na maior parte dos casos, o curso do tratamento da cifose juvenil ocorre da seguinte maneira:
Observação
Quando a curvatura é inferior a 60 graus, a maioria dos médicos prescreve um período de observação com exames e radiografias anuais para verificar se há aumento da curvatura.
Durante esse tempo, os pacientes são frequentemente aconselhados a se envolver em atividades que podem ajudar a fortalecer os músculos de extensão da coluna e manter a curva o mais flexível possível. Exercícios de alongamento e atividades cardiovasculares também podem ser úteis no tratamento da cifose juvenil.
Uso de colete
É indicado quando o adolescente ainda não atingiu a maturidade óssea e apresenta ângulo de curvatura maior que 60 graus. Ele é projetado para manter a coluna reta com os ombros puxados para trás e o queixo ereto. A órtese ajuda a aliviar a pressão sobre as vértebras, permitindo que o crescimento da área óssea na frente das vértebras acompanhe o crescimento nas costas. O uso consistente do colete pode reverter ou prevenir a progressão da cifose.
Exercícios de alongamento e atividades cardiovasculares também são prescritos como tratamento da cifose juvenil para ajudar a aliviar a dor nas costas e a fadiga.
Fisioterapia
A fisioterapia, feita em associação ao uso do colete, pode ser uma opção de tratamento da cifose de Scheuermann. As sessões ajudam a fortalecer a coluna, aumentar a flexibilidade e a amplitude de movimento. A ênfase está no aumento da flexibilidade dos músculos das costas e isquiotibiais (músculos localizados na parte posterior das coxas), aumentando a força das costas e melhorando a postura.
Cirurgia
A cirurgia de cifose de scheurmann é indicada quando a cifose for superior a 80 graus, quando houver a presença de problemas neurológicos (perda de equilíbrio do tronco) ou se a dor for intensa e não puder ser aliviada com sucesso com tratamentos convencionais.
O tratamento da cifose varia de acordo com o grau da deformidade e dos sintomas apresentados e, por isso, cada caso deve ser bem avaliado pelo ortopedista especialista em coluna.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Tratamento da Escoliose
Revista Brasileira de Ortopedia